A MATERNIDADE NO COMUM: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM GRUPOS DE APOIO A PUÉRPERAS EM PORTO ALEGRE

Autores

  • Fernanda dos Santos Bonet
  • Fernanda Carrion da Silva
  • Fernanda Fochi Nogueira Insfran

DOI:

https://doi.org/10.35572/rsc.v9i1.383

Palavras-chave:

Maternidade; Abordagem Centrada na Pessoa; Grupo de Encontro

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o relato de experiência sobre a facilitação, a partir da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP), de dois grupos de apoio a puérperas em Porto Alegre e discutir a relevância desses grupos como facilitadores dos processos de crescimento e de desenvolvimento das mulheres-mães em processo de puerpério. Diversos fatores sócio-econômico-culturais interferem na forma como estamos vivendo o processo de maternidade. Apesar das conquistas feministas do século XX, a maternidade é colocada como o centro da vida da mulher, sua única forma de realização. Entretanto, considerando que somos psicólogas, e duas de nós são mães, percebemos que as mulheres-mães realizam diversos introjetos acerca do ideal de maternidade; e que, especialmente as puérperas, sentem-se profundamente sozinhas e isoladas. Com base nisso, apresentamos aqui três grupos de apoio a mulheres-mães em processo de puerpério facilitados por nós. Foram três grupos distintos que ocorreram de março a dezembro de 2019, em três lugares de Porto Alegre. Os encontros, divulgados através das redes sociais, se sustentaram financeiramente através de contribuição consciente, e foram destinados às mulheres que estivessem no puerpério e sentissem vontade de estar compartilhando experiências e vivenciando a maternidade no comum, no coletivo. Era possível levar junto os bebês e novas integrantes poderiam entrar em qualquer dia. Reunimos-nos durante uma hora e meia em um total de 54 encontros e recebemos 32 mulheres no total. Buscamos desenvolver em nós as atitudes facilitadoras - como a Compreensão Empática, a Consideração Positiva Incondicional e a Congruência - a fim de desenvolver um ambiente facilitador onde cada mulher pudesse se sentir livre e aberta para a experiência. Nossa prática de facilitação demonstrou que as experiências maternas, quando compartilhadas entre mulheres-mães em um espaço de acolhimento e empatia, tornam-se fontes de crescimento, de desenvolvimento pessoal e de construção de self-support.

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Publicado

2020-04-30