O PAPEL DA TRANSIÇÃO EPITÉLIO-MESENQUIMAL NO POTENCIAL METASTÁTICO DE TUMORES MALIGNOS

Resumo

Metástase é um fenômeno biológico complexo caracterizado pela disseminação de células tumorais a partir do tumor primário para um ou mais sítios teciduais diferentes, através da circulação sanguínea e linfática. Nos tumores epiteliais malignos, o potencial metastático tem sido relacionado à “Transição Epitélio-Mesenquimal” (EMT, do inglês: Epithelial-Mesenchymal Transition). O objetivo foi realizar uma revisão da literatura sobre o papel da EMT nos mecanismos de invasão tumoral e metástase. Foi realizado estudo descritivo, do tipo pesquisa bibliográfica, na base de dados BVS utilizando os descritores: “EMT”, “Câncer Epitelial” e “Metástase”, com análise de 14 artigos datados entre 2003 a 2017, e uma Tese de Doutorado. A metástase decorre de uma sucessão heterogênea de bioeventos, especialmente representados por: a) angiogênese; b) deslocamento e migração, c) invasão do estroma adjacente ao tumor; d) invasão da membrana vascular e intravasão; e) adesão das células tumorais às células circulantes; f) fixação e crescimento de tumores secundários no órgão-alvo. Portanto, o desenvolvimento de metástases depende da adesão celular diminuída, aliada à capacidade dos clones tumorais migrarem e invadirem o estroma adjacente, o que parece ser facilitado pela EMT, caracterizada pela mudança do fenótipo epitelial para o mesenquimal, levando à perda ou expressão reduzida dos marcadores específicos das células epiteliais e o aumento da expressão de marcadores de células mesenquimais. Vários carcinomas, mostra que a reativação de Fatores Transcrição genéticos do desenvolvimento embrionário são indutores da MET. Conclui-se que a EMT é um intrigante facilitador do surgimento de metástases, atuando no desenvolvimento e progressão do câncer.